quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Últimas fotografias

Últimas fotografias da semaninha em Inhambane e também do Sábado de despedida em Maputo. Para sempre recordar! Saudade...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

FeedBack Geral

Já disse a muitos por cá (Moz) e partilho agora com vocês também.

Quanto a trabalho de voluntariado sinto-me incompleta. Não fiz metade do que esperava... Fiz muito, trabalhei mas não foi o que antecipava em termos de actividade. Não me privei de nada nem coisa nenhuma. Embora a trabalhar e a precisar de férias passei dois meses óptima! África em voluntariado hei-de voltar…

Atenção! Não menosprezo em nada aquilo que o PUMAP se propôs e conquistou. Demos sem dúvida o nosso contributo! Fomos bem vindos e recebidos, causamos impacto e havemos de voltar… Não desfraldámos expectativas. Ainda assim quero deixar claro que espera uma coisa diferente, acima de tudo um impacto diferente em mim!

Tanto na universidade como no orfanato não haja dúvida que demos o nosso melhor, e é de salientar o nosso sucesso.
Mas a nível pessoal esperava privar-me de mais. Verdade seja dita: dois meses não é nada, não é tempo suficiente…

Aprendi e cresci, não haja dúvida, ainda assim queria ter-me encontrado, crescido mais como pessoa. Levo de cá sem dúvida a certeza de que gostei de dar aulas, vontade inigualável de querer promover o desenvolvimento junto de comunidades desfavorecidas (como cá) – UN here I go.
O sonho continua, a vontade de querer mudar está intacta… Quero um dia puder tomar decisões que causem impacto e mudança que tanto é precisa! Hei-de ver um mundo melhor e mais justo para todos!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Cheguei. Estou em casa

Cheguei bem. Já estou em casa. Estou a publicar os posts que escrevi a semana passada...Descobri agora que posso eu ordenar por datas!

É bom estar de volta...

ah as fotografias da ultima semana com o grupo já estão disponíveis. Cliquem aqui!

sábado, 5 de setembro de 2009

Últimas horas antes da partida

No pensamento está tanto a ânsia e o desejo de voltar a casa como a saudade dos bons hábitos e costumes de cá.

Vou sentir falta de: dar aulas, negociar, comer coco, comer matapa, andar de chapa, dizer “estou a pedir…”, de me mimar com presentes e recuerdos, de tirar mil fotografias, de viver como rainha, ter tempo “há-de vir…”

Não vou sentir falta de: viver como uma rainha por cá, negociar, tirar mil fotografias, andar de chapa, chatear-me com pedidos errados no café, esperar eternidades até me fazer entender, do anoitecer Às 17h00, andar com roupa que não combina ou está suja…

Quero ir rápido para casa, quero ir para os mimos da família, quero comer arroz de pato, arroz de cabidela, tartes, peixe grelhado, tartes folhadas, vegetais da D. Conceição, quero conduzir carro, quero andar de mota, quero puder falar e fazer-me entender com clareza, quero voltar a ser forreta e poupada, quero ver o telejornal, ler uma revista, ter roupa lavada à máquina, rever amigos e família

Não quero ir para uma vida despegada da viagem, não me quero esquecer de valorizar coisas simples, não voltarei a exigir muito para ser feliz, não viverei apressada e stressada! Não esquecerei mais esta viagem, foram dois meses inesquecíveis!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Dias de Praia

De papo para o ar, chegamos à praia, deitamo-nos e de lá não saímos mais todo o dia.
Temos levado sandes e fruta que compramos no mercado antes de ir para a praia. Pagámos uns miseráveis 15 meticais para ir de chapa (sendo mote de chacota, pois nunca se viu tantas meninas de chapa a ir para a praia!) para praias paradisíacas! Como diz a Maria e bem pagamos uma ninharia para chegar a destinos caríssimos de lua-de-mel!
Embora as praias nesta altura (Inverno) estejam meias desertas, junto aos lodges (resorts) lá aparecem uns vendedores de pulseiras, carteiras, camarão, etc…
No primeiro dia fomos à praia da Barra, no segundo à praia do Tofo e não as consegui convencer em ir para a praia do Tofinho ao terceiro dia portanto Barra de novo… Elegemos a praia da Barra a melhor. É mais sossegada e a paisagem ainda não está demasiado evadida. Também tivemos azar porque no segundo dia de praia, na praia do Tofo tivemos a infelicidade de não puder ir à água! Havia uma corrente ou maré que trouxe imensas alforrecas (anémonas) azuis perigosas. Perguntei a um vendedor se era perigoso, ele disse que sim que fazia chorar que não se podia deixar tocar na nossa pele.
Passámos os dias a dormir, a recuperar forças.

Inhambane

Vila pacata e tranquila. Península isolada e provida do necessário.
Saímos de machibombo em Macice, passamos de ferry boat até Inhambane. O nosso hostel ou backpackers era logo ali… muito castiço. Dois quartos uma casa de banho cada cama com a sua rede mosquiteira.
As ruas estão limpas e reconstruídas. As casas pintadas de fresco de várias cores. Aqui e ali um edifício que salta a vista mas em tudo simples, uma pequena vila portuguesa. Uma marginal junto à foz, avenidas com árvores, um ou outro café de elieção, meia dúzia de supermercados, um quiosque, um restaurante…
Aqui as pessoas ainda se cumprimentam na rua, aqui vi gente ao fim da tarde a correr por desporto (nunca em Maputo vi tal coisa, se houver um ginásio é num hotel!) Aqui embora isoladas temos o que precisamos a dois passos…
Tem um mercado central castiço, mesmo junto também à central dos chapas (para uma terra tão pequena donde vêm tantos chapas?!... é para as pessoas irem para as terras à volta, ou assim ou a pé). Inhambane fez-me muito lembrar a Vieira ou o Pedrógão… Quando virem as fotografias penso que entenderão porque…
Estarei em Moz ou em PT?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Viagem de Machibombo para Inhambane

Saimos as 6h00 de Maputo com um motorista amigos. Enocntramo-nos com um colega seu noutro local... foi o Sr Jose que nos trouxe ate MAxixe onde apanhamos o ferry para Inhambane. Quando nos encontramos com o Sr. Jose a o machibombo vinha cheio mas com 4 lugares para as meninas brancas (os melhores) reservados!
Fizemos 7h30 mais ou menos seguidas ate ca. Nao saimos nunca mas iamos parando para deixar gente e fazer entrar outros... Sempre que paravamos entravam uns tantos vendedores no machibombo a vender refrescos e sandes de ovo, ou entao esticavam-se as senhoras nas janelas a vender fruta. Com as tralhas em cima e o calor a torrar ficamos exaustas mas vimos paisagens lindas de morrer. Paisagens aridas, paisagens florestais, savanas tudo lindo de cortar a respiracao.
Fomos sempre pela EN1 (Estrada Nacional - unica de ligacao com o norte) quase sempre com gente caminhando a pe junto a estrada e com pesos imensos na cabeca.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Porque nao tenho escrito...

Na ultima semana ficamos sem internet em casa! Andamos sempre a correr e nao deu para ir a faculdade...

Ando a escrever os meus posts num livrinho sempre que puder venho aqui ao cafe passar mas nao prometo. Agora pago pela internet...

Chego a PT no domingo de manha e assim que puder actualizarei o blog embora com historias antigas desta semana e da anterior... Vamos a ver e nao faz muito sentido mas ainda assim devo o fazer. Querem? (eu dei falta estes dias de escrever ate que fui comprar um caderninho para escrever na praia.. afinal de contas isto e tambem o meu diario!)

Estou em Inhambane

O PUMAP chegou ao fim, estou na minha semana de ferias.
Estou a norte de MAPUTO na costa do indico em Inhambane. Chegamos bem embora tenha sido uma viagem de 7 ou 8h seguidas de machibombo a torrar ao sol...
Inhambane e muito bonito espero ter tempo de vos contar como foi

estou num cyber cafe a pagar caro a internet...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Alunos Meus

Corro serios riscos de aqui escrever o que os visados na historia podem ler, e portanto os promenores ficam para vos contar ai em PT com grandes risadas a mistura.

Posso desde ja revelar que fui ua pinga amores, nada intencional, muito inocentemente mas fui-me apercebendo disso... DE RIR!
Foi na entrega de diplomas que melhor me apercebi do gosto que foi para alguns alunos e alunas terem me conhecido, quanta honra! Ainda na entrega de diplomas comecaram a chover os elogios. Varias alunas quiseram tirar uma fotografia comiga para ficar de recordacao, um aluno timorense ofereceu-me um cachecol tipico e outros prometeram continuar comuniar comigo na internet!
Confesso que fiquei babadissima, ainda me ofereceram mais e mais lembrancas!
Na festa deu finalmente para trocarmos experiencias e opinioes sobre MOZ e PT e que a nossa geracao jovem pode fazer por estes paises. Prometi voltar, quando nao sei....

Ultimos dias em casa

Bem ja parte do grupo esta por terras lusitanas! Chegaram terca de manha.
Desde 5a feira como vos disse que nao temos internet e a paz desde entao tambem comecou a falhar na casa PUMAP. O stress, cansaco, ansiedade e trabaho deixaram as tropas do PUMAP um pouco desnorteadas.
Como se nao bastasse os problemas com a casa alugada, os empregados com salarios por pagar, o chuveiro empenado, a sanita nao operacional, tudo parece que nos quis fazer correr daqueles lados de Maputo. A "dona" da casa apareceu la por casa quase todos os dias. Ora vinha reclamar ora vinha choramingar... Os empregados "tiraram" alguns moveis de casa da senhora para reclamar os salarios e nos que os aturamos! Tudo doido! Nos ultimos dois dias nem vieram. Eu odeio aquela mulher, ja nao a podia ver... Se ela aparecia eu saia com dois ou tres so para fugir as mil historias massadoras que ela contava e que depois de ela sair todos ficavam horas a relatar! Que cansativo, este topico da casa subalugada e a Paula "Mariscos A Maneira" e' historia para ficar sobre a nossa estadia- mas que coisa infeliz, como fizemos toda uma novela com isto!
E como se nao bastasse de problemas como ja vos tinha dito no inicio do post ficamos sem electricidade em casa. Em maputo a electricidade e pre paga pois para irmos recarregar teriamos que pagar um conta enorme de divida da dita Paula Mariscos... era o que mais faltava....
Bem a solucao encontrada para surpresa minha foi convidarmo-nos (a situacao era desesperante) para ficarmos a ultima noite (e so essa)na casa da nossa consul portuguesa, a Graca! No domingo pagou-nos uma mariscada, levou-nos as malas e alojou-nos em sua casa como se fossemos seus filhos. REcebeu-nos lindamente! A Graca e para todos nos um exemplo de mulher.... solteira, diplomata, castica, estilosa, jovem embora de meia idade e ainda por cima economista! Uma senhora! So foi assustador como tantos de nos se deixaram acomodar com a simpatia e se instalaram com a maior das naturalidades... enfim! Uma noite sem exemplo

ps. sejam criativos, este teclado e muito esquisito e nao tem acentos!

sábado, 29 de agosto de 2009

Tinha-me esquecido deste post!

Festa de despedida da escola primária

Hoje foi um dia de despedidas… começou no orfanato e acabou na escola primária.
No orfanato foi óbvia a tensão vivida pelas crianças. Não fomos recebidos com mil berros e abraços como é (ou melhor FOI) habitual sempre e saímos com lágrimas …
A hora da despedida custa sempre mais!

À tarde fomos para a festa da escola primária. Não sei se já vos tinha dito mas fiz parte do teatro. Fui a raposa no teatro o Principezinho (muito adaptado!). Correu lindamente foi mesmo engraçado! Ia com uma máscara de coelhinho e lá tentei falar devagar… não devem ter ouvido muito bem mas gostaram… Depois servimos-lhes um lanchezinho. Foi uma loucura, bolachas, sumo, bolo, batatas fritas. É caso para dizer que tiraram a barriga da miséria! Com tanta porcaria que comeram é caso é de dizer que ficarão mal-dispostos… Gostei muito de lá ter ido e de conhecer o espaço das nossas meninas! Trabalho árduo aquele que elas lá desempenharam! Entre enfrentar professoras que batiam nos meninos, que se aproveitavam da sua presença para faltar às aulas, e as crianças energéticas com vontade de aprender viveram ali dois meses complicados… Uma pessoa realmente só entende a realidades dos outros quando a sente na pele, não haviam descrições que valessem… hoje ganhei uma percepção e uma admiração por estas meninas batalhadoras (as nossas voluntárias: Ana, Joana, Maria) que dia após dia engoliram sapos das professoras, controlaram 50 crianças numa sala e ganharam um imenso respeito pelas crianças que foram acompanhando. Pelo que contam os progressos foram florindo quase que inesperadamente, e com simplicidade deram conta das suas vitórias.

As despedidas de actividades estão mesmo a terminar…
Ficam boas recordações, bons momentos, boas lembranças, bons amigos! Aos que já nos despedimos até sempre!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Bazarconomia

Hoje durante a tarde assistimos a uma palestra do Prof. António Francisco, professor de Economia e investigador. Adorei, foi super interessante!

Ao contrário da economia teórica que tive a batalhar para ensinar, este Prof. trouxe muito mais. Ainda bem! Trouxe consigo uma bagagem imensa com os seus trabalhos de investigação sobre a economia moçambicana…

Economia ou bazarconomia?! Bazar + economia porque na realidade a economia informal é predominante. Moçambique não é apesar de no papel o dizer que é uma economia de mercado. De acordo com este professor menos de 5% da terra é privada ou detida por títulos… Por um pedaço de terra cá em Moçambique o que se adquire é título de uso e aproveitamento. Ora se assim é além da economia de subsistência há muito pouco, não havendo títulos de propriedade não há comércio, garantias, empréstimos, etc…Se não há isso então também não há actividade económica saudável…

Aliás dentro da bazarconomia de Moçambique ele falou-nos do multi-universo:
- O PIB nacional que é o top do iceberg (a única parte visível!), que efectivamente avalia a economia formal (por volta de 10% da economia Moz)
- Economia prosumer (auto-consumo), economia para consumo próprio (não contabilizado claro!)
- Economia canalha/ subterrânea/ rock economics de actividade ilícita.
- Economia informal …

Bem sem vos querer chatear muito com o resumo da palestra, tenho a dizer que foi super interessante tanto para os alunos e acima de tudo para nós! Ganhei outra percepção da realidade moçambicana, falámos abertamente sobre política e das reformas ou não reformas do Tio Guebas (PR Armando Guebuza)!

Não há dúvida que vimos para estes dois meses dar aulas sem saber nada de Moz e o nosso conteúdo acaba sendo muito limitado nesse campo, mas ainda bem que complementamos o Executive Training com esta sessão! (Já tínhamos feito outra sobre microcrédito há um mês)

Este professor que fez mestrado e doutoramento se não me engano em Sydney é sem dúvida um contacto a manter!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Já não sou mais professora nem doutora

Já cheguei, já ensinei, já aprendi, já avaliei, já não sou mais professora nem doutora. Acabei agora de lançar as notas dos alunos. De entre os que resistiram até ao fim só chumbaram 3 em cada módulo que eu dei. As médias foram boas, mas também não fui muito muito exigente.

Para quem ainda não viu… eu criei um site (gratuitamente) muito simples no google sites. /marianatorgal Lá disponibilizei sempre todo o material que ia usando. Quase sempre escrevi no quadro mas quando recorria ao pwpt (apresentação de slides) deixava nesse site para quem quisesse rever em casa.

Bom foi trabalhoso fazer um exame e pior foi corrigi-los mas com as noitadas ontem e hoje ficou tudo feito e pronto. A entrega de diplomas será no Sábado e à noite teremos festa em casa!

Não serei mais professora nem doutora, mas quiçá no futuro… Irei ter saudades terei encontrado uma vocação?! Os meus objectivos profissionais mantêm-se (ONGs ONGs ONGs) mas não quero fechar esta porta que ainda agora tentei abrir!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Apreciações e avaliações dos professores no ET

No Executive Training fizemos uma avaliação intermédia e agora uma final. A intermédia era mais direccionada à prestação do docente, sobre mim, e a final sobre o conteúdo do módulo, Inglês e Seminário de Economia para mim.

Não é fácil agradar a gregos e troianos mas apesar das opiniões divergentes sobre o grau de exigência e dificuldade deixaram todos música para os meus ouvidos. Alguns porque efectivamente gostam de mim e das aulas, outros porque não são ariscas (apesar de os inquéritos serem anónimos) e outros certamente por serem lambe-botas (é inevitável). Bem mas ponto assente é que há aspectos a melhorar. Faremos por isso nos próximos anos, aliás eu sou das primeiras a apontar o que correu mal:

Em economia, o facto de não ter usado matemática para explicar algumas relações importantes fez com que o conteúdo ficasse incompleto. Embora uns quisesse aprofundar algumas matérias outras acharam louvável o conteúdo ser acessível a pessoas de áreas completamente diferentes.

Em Inglês provou ser complicado ter uma turma de línguas com 40 alunos e com níveis muito diferentes. Muitos foram desistindo, acho que somos agora uns 30 ou assim… enfim! Não se pode ter tudo

No entanto acho que pela minha avaliação global (que vale o que vale) mas acima de todo pela dos alunos correu super bem! Muitos querem que fiquemos durante mais tempo e que continuemos durante muitos e bons anos! Assim esperamos

Acho que ensinei muita coisa mas certamente que quem leva consigo uma grande experiência sou eu! Cresci, superei-me, aprendi, surpreendi-me muito! Embora critica do meu trabalho estou feliz com o meu trabalho no ET, dei o meu melhor!

Deserto do "Sahara"

O Deserto do Sahara em Maputo é o que entre os voluntários por brincadeira chamamos ao imenso descampado de areia avermelhada que fazemos entre o complexo (onde damos aulas) e onde o chapa pára. Chego sempre com os pés um nojo a casa… Já não vou de sapatos porque senão fico desconfortável o dia todo com areia entre os dedos, então opto por ir com as sandálias o mais rasas e abertas possíveis para a areia que entrar sair de imediato. De rir…

Bem uma coisa é certa custa-me imenso fazer aquele caminho tantas vezes por semana ainda mais com um computador às costas (imagino no Verão, com calor o mau que não será!). Hoje, no entanto, devo ter feito pela última vez aquele caminho. Vou agora dar o meu último exame na aula de inglês.

Por um lado é óptimo não ter que me cansar mais naquele caminho exaustivo mas por outro lado é mais um sinal da nossa ida e do fim dos meus dias áureos enquanto senhora professora, ou até como alguns me chamam Doutora (ridículo!). Como já vos disse gosto desta responsabilidade e levo comigo as melhores recordações dos alunos e das aulas em si. Tenho muito que aprender mas foi muito enriquecedor de qualquer modo até agora!

Dias mais compridos

Quando aqui chegámos os dias duravam pouco.

Felizmente são agora 17h e ainda é dia!!! Não imaginam a raiva com que ficamos quando vemos os directos (na RTP Africa) para albufeira, na destruição das arribas e são 20h ou 21h e ainda é dia!

Quando aqui chegámos ainda em Junho, desde as 16h30 ou assim era noite! Agora no final de Agosto felizmente os dias estendem-se até ás 17h30 ou 18h! Como aí (PT) os dias ficam mais curtos aqui os dias ficam mais longos, parece lógico não é?!

Mas verdade seja dita, vim para cá nas minhas férias de Verão e quero arproveitar tudo mas estou limitada aos dias curtos de Inverno. Quanto mais não seja porque é mais perigoso tudo à noite e portanto não andamos na rua ou a passear…

Outra curiosidade: aqui as horas são sempre até às 24h!!! Se eu quiser dizer que são 16h00, dizendo que são 4 da tarde ninguém me entendem! E como cá começam o dia cedo, muito movimento a partir das 6h00 (ou seja desdas 5h00 nas periferias de Maputo, no barracal, onde muita gente mora) dizer que combinamos algo as 5 da tarde facilmente será interpretado que é para o dia seguinte da manha! Custou a habituarmo-nos mas já aprendemos, será que em PT me vou fazer entender?

Temos artista

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http://picasaweb.google.pt/mariana.torgal/18PanoramicasDoPedro#

O Pedro Rodrigues tem um passatempo. Assim que chegamos de fim de semana ele junta as fotografias e num programa que tem constroe estas fotografias panoramicas. Ficam muito loucas, vão lá espreitar...

Agora que já tenho muitos albuns no picasa nem sempre é visível quais foram colocados há pouco ou há muito tempo. Numerei os albuns já vamos em 20...
Não devo por muitos mais até chegar a PT imagino...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pãozinho sem sal

Estou com umas saudades de um pãozinho com sal (literalmente). Dos que aqui estão comigo ninguém diria, eu como imenso pão… mas estou insatisfeita.
Quem vier a Moçambique, ou pelo menos a Maputo, vai encontrar toda a comidinha insossa até mais não. É um bom hábito bem sei mas para mim (que até sou um bom garfo) o sal faz muita falta. Já falta pouco para chegar a PT, podem crer que hei-de fazer um arrozinho com imenso sal logo nos primeiros dias se ainda souber claro!

Aliás eu não cozinho há 2 meses, que desespero! Não cozinho porque não preciso… aqui entre nós a verdade é que não me quero aventurar numa cozinha com 15 pessoas, muito menos para 15 pessoas!

Temos comido muito bem, acho que já vos relatei o que se come por cá, correcto?
Confesso que tenho algumas saudades de uns petiscos de casa. Família preparem-se para vos fazer uma listinha de desejos (embora imagine que não vá ser muito necessário, vocês conhecem-me bem)

domingo, 23 de agosto de 2009

Domingo no Catembe

Hoje, apenas cinco lindas meninas: eu, a Ana, a Joana, a Mariana Dias e a Marina saímos de Maputo.
Catembe é na “margem sul” e temos que passar o rio de nome desconhecido. Depois de dormirmos até ao meio-dia, fomos a pé até ao ferry boat que nos leva para Catembe. O nosso objectivo era ir almoçar marisco e apanhar um solzinho …
Fomos até ao “Restaurante do Diogo” e acabámos por lá ficar até meio da tarde… Como não estava bom tempo suficiente para apanhar sol depois de almoço regressámos a casa.

Catembe não tem mais que meia dúzia de casas e “cafés”/ barracos de tascas. No regresso ao ferry boat pela praia deparámo-nos com uma praia muito alegre. Estava muita gente na praia apesar de ser Inverno. Embora estivesse bastante ventoso uns tomavam banho, outros jogavam futebol, outros namorava… estava mesmo muito alegre o ambiente.

Já em Maputo antes de ir para casa passámos no Maputo Shopping (já de tamanho consiferável. É de rir! Embora anuncie que tem cinema ainda não tem concessionário nenhum). Comeram um gelado, fizemos umas compras no supermercado e regressámos.

Agora alguns saíram até ao Núcleo D’Arte onde há música ao vivo, outros ficaram a trabalhar e eu fiquei aqui a “fazer que faço” meio distraída.

sábado, 22 de agosto de 2009

Festa no orfanato

Hoje foi um dia em pleno. Para os meninos do orfanato e para nós foi uma festa de arromba!
Com o aproximar da data de partida começam a aparecer as primeiras lágrimas no canto do olho tanto dos voluntários como das crianças. Não foi um dia fácil, aliás diria que foi dos mais difíceis que por aqui se viveu mas foi bom!

Com balões e máscaras a decorar o espaço ao ar livre, brincámos toda a manhã com os nossos meninos e com os mais novos. Demos-lhes rebuçados e chupa-chupas, chapéus de festa e máscaras, etc… O sorriso na cara deles quando tirámos fotos, quando dançámos com eles, quando os abraçámos e beijámos é gratificante. Embora eu sinta que o nosso trabalho é ingrato por deixarmos cá ficar estas crianças, sei que nos estão muito agradecidos e que tivemos algum impacto. Não sei se é justo habituá-los a nós e de repente sairmos de cena mas fazemo-lo de boa vontade, com bom intuito. Eles adoram-nos e nós adoramo-los a eles!

Hoje brincámos, dançamos e depois à vez almoçámos ao ar livre. No fim do seu almoço tiveram uma banda local a tocar-lhes com flauta transversal e viola uma marrabenta (musica típica moçambicana) e músicas infantis. Para mim foi dos momentos mais marcantes do dia. Depois disso brincámos mais um pouco e fomos finalmente ver um vídeo que lhes preparámos com fotografias…

No decorrer do dia tivemos imensas vezes que enfrentar o choro sofrido e silencioso de alguns devido à nossa partida. Não é fácil enfrentar isso mas tentámos fazer o nosso melhor para os incentivar a continuar a estudar, a olhar para o futuro com uma perspectiva optimista e a nunca se esquecerem de algumas regras com que os educámos: respeitar os outros, ser amigo do seu amigo, não mentirem e terem cuidado pelas suas coisas. Esperemos que aquilo que os trouxe ao orfanato nunca mais se volte a repetir e que a dor que eles sofreram fique para trás da infância a que têm direito. Tentei não me apegar demais mas foi inevitável cresceu em mim uma vontade doida de os ter por perto.

Embora não goste de favoritismo devo dizer que há 2 ou 3 que adoro e vou sentir falta. Por vezes são matreiros por quererem muitos mimos e colo mas a realidade é que são “um mel” (como eu agora dia!)

Despedida

Hoje fiquei com a lágrima no canto do olho nas minhas palavras finais nas últimas aulas que dei. Disse finalmente a idade que tinha, o gosto que tive em dar-lhes aulas, os erros que sei que cometi, as fraquezas que tentei superar…
Foi sem dúvida alguma das experiências mais enriquecedoras que tive. O desafio de me fazer respeitar, de me fazer entender, de me preparar, de aprender, de ter vontade de continuar a dar aulas jamais irei esquecer. Sinto-me esmagada pelo que aprendi. Sei que dei o meu melhor e hoje em conversa com os meus alunos soube que apreciaram. Recebi rasgados elogios que me deixaram estarrecida. Sou convencida por natureza mas ainda assim não esperava que corresse tão bem. Há muito a melhorar é claro, e falamos disso também mas isso é óptimo. Adorei! Próxima aula será para lhes dar exame, vejamos como irá correr!

Amanhã, ou hoje porque já é tarde, é a despedida do orfanato também. Vamos dar às crianças um Sábado diferente, com rebuçados, bolos, almoço ao ar livre, jogos, etc… Vai ser giro! Apesar disso na próxima semana ainda lá iremos…

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Teatro do alpha

Este ano, à falta de um teatro na vertente do orfanato, o Uniaid, os professores (voluntários) do Alpha mostraram vontade de fazer um teatro na escola primária. Escolheram a peça do principezinho muito reduzido e adaptado!

Um dia desta semana na reunião expuseram que precisavam de alguém para fazer de Príncipe e de Raposa porque eles enquanto professores têm que ficar a tomar conta deles, e também para não os distrair demasiado. Ninguém se disponibilizou até que fui amigavelmente convidada para raposa!! Como? É verdade! Pois é numa peça infantil de crianças… eu Mariana Torgal vou desempenhar o papel de raposa! Não perguntem o que me deu para aceitar e não bater o pé como todos os outros fizeram, porque não faço ideia?! Enfim mas vai ser um pagode, eu e a Mariana Dias vamos fazer um teatrinho! De rir… Já compramos hoje umas máscaras, eu de coelho que será a raposa e a Mariana de bonequinha que será o príncipe. Ensaios começam sábado ou domingo já nem sei… hilariante!

Orfanato mix feelings

Mix feelings (sentimentos opostos…)
Gosto e não gosto, quero e não quero ir lá, devo e não devo…

Desde o início do nosso projecto sempre fui muito reticente quanto às nossas funções a desempenhar com as crianças lá. O orfanato tem boas condições, mas o grupo escolar de crianças com quem estamos todos os dias são deixadas totalmente ao abandono por gente sem formação para as cuidar. O orfanato tem imenso pessoal formado no berçário e crianças pequenas, mas o grupo pelo qual estamos responsabilizados devia andar na escola e não anda, é traumatizado e precisa de apoio psicológico que não tem, muitos têm deficiências ou doenças e não tomam a medicação adequada. Claro que o mal maior de que sofrem é a carência de amor e atenção. E embora isso seja o melhor que lhes podemos dar é tão ingrato e fortuito porque é super efémero e ilusório. Faz-me alguma confusão deixar que eles se apeguem a nós e nós a eles, mas é inevitável, aliás é tarde demais…

Já estamos todos demasiado envolvidos, no entanto ainda agora comecei a decorar seus nomes já me vou embora. E eles lá ficarão ao deus dará, ao abandono a fazer tarefas domésticas… Já por três vezes dei conta de mim com lágrimas nos olhos, primeira vez quando um miúdo teve um ataque de epilepsia e ninguém o soube ajudar, segunda vez quando chegaram umas miúdas novas e escreveram as suas histórias - uns tios tinham-nas perdido (propositadamente); e hoje quando vi no rosto de algumas o aperceber se da nossa despedida e dos seus amigos que eventualmente vão para famílias adoptadas ou biológicas.
Inevitavelmente já nos apegamos aquelas crianças. Muitas vezes sinto-me totalmente inútil, por não lhes conseguir dar mais do que dois meses de falsas expectativas, e não lhes ensinar grande coisa pois poucos ou nenhuns tem bases suficientes para lhes darmos explicações. Gosto de muitos deles… mas é assustador saber das histórias que ali os trouxe: abandonados, mal tratados, perdidos, abusados, etc… E o que é que podemos fazer por eles, dar-lhes atenção! Para eles basta para mim não, sinto-me incompleta.

Infelizmente cá em casa tem havido grandes discussões sobre se o projecto PUMAP deve ou não continuar neste orfanato. Eu sou mais apologista de arranjar um protocolo mais educacional, de longo prazo e mais estruturado numa qualquer instituição que mantenha continuidade mesmo depois de nos irmos embora. Mas parece que sou única a ter essa visão (senão sou estou entre poucos)… Os outros crêem que por ser tão curto o espaço de tempo mais vale apanhar estes miúdos nesta fase de transição e dar-lhes a atenção que tanto precisam.

Claro que fazemos falta em todo o lado, e a discussão só a há por isso mesmo. É muito complicado sermos pragmáticos em questões de amor, mas eu prefiro não os fazer (às crianças) sofrer tanto nem eu sofrer, apesar dos dois meses serem muito gratificantes tanto para nós como para as crianças, do que termos uma vertente mais educacional de modo a criar um valor acrescentado no conhecimento do mundo (seja a nível de escolinha tradicional, ou jogos didácticos, ou ensino de competências técnicas e apoio psicológico) numa qualquer criança carenciada.

No orfanato temos que trabalhar tudo de raiz. Muitas destas crianças nunca estimaram um caderno ou caneta e estão a aprende-lo connosco. Muitas nunca tiveram ninguém que soubesse o nome delas…Mas é ingrato, é difícil e não me sinto capaz/formada para dar tudo o que tenho.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O táxi do Sr. Humberto

Acho que ainda não vos falei muito sobre o nosso método de transporte.
Maioritariamente ando a pé, para ir às compras, para ir almoçar, para ir à baixa, até à noite para irmos sair se formos em grupo. Mas para ir para a faculdade vou de chapa e volto de táxi.

Eu vou três dias por semana para a UEM - Universidade Eduardo Mondlane: terças, quartas e sextas. Dou sempre, tanto às quartas como às sextas, a última aula do dia, das 18h30 às 20h e como a essa hora já é tarde os voluntários têm que voltar de táxi (pago pelo projecto…) e andar acompanhados, por isso à terça também fico até as 20h à espera do Miguel (nos outros dias fica ele à minha espera).
Portanto todos os dias o Sr. Humberto lá nos espera às 20h20 no portão e leva-nos a casa.
O Sr. Humberto poder-se-á considerar o motorista do PUMAP. Salvo se o Sr. Humberto não puder, ele é que nos leva sempre a todo o lado. Todos temos o número de telefone dele e já nos basta mandar uma mensagem a dizer onde estamos ele aparece.

É um moçambicano castiço. Já estudou, entende a importância do saber e é curioso. Anda à procura de um novo emprego. É obcecado por ONGs e não fica descansado enquanto não voltar a trabalhar com uma. Ele diz que gosta da maneira como funcionam e trabalham as ONGs em Moz, vá lá uma pessoa entender o que ele quer….
O Diogo do nosso grupo até já lhe reviu e refez o CV e volta e meia mandamos o currículo dele via email (porque ele não tem um dele) para contactos que ele vai angariando. É muito simpático e atencioso.
Sempre que vou de táxi com ele e com o Miguel é uma paródia! Pomo-nos a cantar hits musicais que passam cá na rádio (curiosamente de autores angolanos), ou então ele põe-nos a ouvir Marrabenta (música típica Moçambicana).

Um belo dia o Miguel meio a brincar meio a falar a sério, pediu para conduzir. E assim foi, fomos com o Miguel a fazer de motorista até casa! Azar por azares nesse dia a polícia estava perto da UEM a mandar parar os carros… acelerámos um pouco e seguimos sem parar. No dia seguinte o Sr. Humberto no mesmo sítio foi mandado parar. Pagou um refresco de 50 mts (meticais), o Miguel pagou-lhe de imediato claro, mas uma coisa é certa se tivesse sido o Miguel a parar teria pago 300 mts ou mais! Uma aventura, mais uma história para contar.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Nova data de partida

Felizmente e infelizmente por razões diferentes o meu regresso a Portugal será adiado uns dias. Tinha passagem no dia 1, ou melhor dia 31 á noite de volta a Lisboa, mas vou cá ficar até o outro Sábado com alguns voluntários resistentes. Embora as saudades apertem, acho que faço bem em aguentar mais um pouquinho para puder ir conhecer mais Moçambique. Vamos segunda-feira para Inhambane e passamos lá uns dias, depois Vilankulos mais dois dias (dizem ser dos destinos mais bonitos a par da ilha de Moçambique, mas mais próximo de Maputo) e depois regressamos novamente para Maputo para o aeroporto. Mal posso esperar para chegar a casa, mas também quero aproveitar ao máximo aquilo que também há-de bom na vida - viajar! Ainda mais já que estou abaixo do equador e não sei quando cá irei voltar.

Vou cá ficar eu a Cátia Silva, Mariana Dias, talvez a Maria Neto e o único homem o Miguel L Ferreira. Vamos de machibombo (transporte público colectivo) e mochila às costas para ficar num backpackers (pousada de juventude) … Vai ser giro!
Tinha dito a alguns de vocês que tencionava ir à Ilha de Moçambique, mas é longíssimo e caro, ia perder muito tempo em viagem e não quero… Ainda assim Vilankulos é a mais ou menos 6 ou 7 horas de carro! Que aventura.

Vou então dia 5 de Setembro à noite para Lisboa, chego Domingo (dia 6) de manhã! Can’t wait! Tenho saudades vossas, mas já não falta muito!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Tudo em demasia

Pela primeira vez acabei com o meu cartão de memória na máquina fotográfica!
A fama de tirar muitas fotografias era real, mas este fim-de-semana esmerei-me!

Tirei 378 fotografias + 6 filmes no Sábado e 249 fotografias + 32 filmes no Kruger. Atenção que só não tirei mais no Kruger porque a memória estava cheia senão certamente teria tirado mais, em vários momentos tive que apagar algumas fotografais com muita pena minha!
Mas algumas estão muito giras!

Fiz mais filmes do que o normal porque na minha máquina consigo o dobro do zoom e por vezes era bem precisa para conseguir uma imagenzinha que fosse de um qualquer animal lá bem longe. Efectivamente via-se melhor… pelo menos posso dizer que vi mais com a máquina de filmar da Maria a servir de binóculos do que a olho nu.

Espero amanhã por as fotografias seleccionadas na Internet!

Kruger National Park

O Kruger National Park é dos mais conhecidos parques de safari africanos do mundo. Dizem que é também o mais turístico e comercial, no entanto adorei, só de pensar como serão os mais “for real” fico arrepiada.

Chegámos a uma das muitas entradas no Kruger as 6h30. Pagámos 14 euros ou 140 rands (o cambio é facílimo para nos fazermos contas...) cada um mais uma parte do bilhete do nosso motorista que por ser Moçambicano só pagava 30 rands.

(Curiosidade: logo à entrada ver uns panfletos com a cara do Nelson Mandela sobre como nós podemos patrocinar o parque e as suas áreas protegidas. Conforme o nosso donativo podemos dar nome à região, à porta de entrada, à estrada ou outros… de rir como apelam à preservação do ambiente pelo bom nome do marketing pessoal. Sinceramente não acho mal de todo, engraçado…)

Bem mas fiquei ruída de inveja ao ver os jipes do parque. Por apenas mais 10 euros podíamos ter andado durante um dia com guias deles em jipes giríssimos, mas não, uma pessoa ilude-se que é tudo caríssimo, não se informa e portanto vai de chapa apertadíssima com atrelado a gingar … Enfim, lição aprendida! Informar, estudar e aprender antes da partida!

Vimos imensos animais, mas nem sempre foi fácil. O que mais se viu foram as impalas (espécie de veados, os Bambis da disney e seus familiares)… No final da viagem coitados dos bichos eram mais insultados pelo grupo que eu sei lá, do género: “Já não te posso ver, quero os leões!...Desapareçam impalas, queremos os vossos predadores” etc etc.
Bem mas vimos girafas, elefantes, búfalos (grandes e gigantes), hipopótamos, crocodilos, macacos, zebras, rinocerontes (dois já no fim do percurso quando estávamos para desistir de ver os big 5)
Encontrar alguns é como encontrar agulhas em palheiros e por isso é que não vimos nenhum felino nem leão! É um pouco exaustivo, quando íamos à janela tinhamos que ir muito atentos até vermos qualquer coisa para chamar os outros! Para o motorista também é extenuante, porque tem que conduzir muito devagar! As condições do chapa é que não eram nada boas: vidros fumados, todos apertadinhos, enfim…

O Kruger está muito bem organizado. Tem estradas alcatroadas, e como é proibido sair dos carros, de X em X km tem áreas de refeição com coffee shops, loja de recuerdos, lodges (hotéis/pousadas), restaurante, wc, gasolineiras tudo! Há áreas maiores que outras mas todas sem excepção são bem estruturadas e assinaladas… Também há estradas de terra que podemos seguir, e depois há outras restritas para pessoal e para o aeroporto. O parque tem mapas muito completos e sabemos exactamente onde foram avistados animais no dia anterior ou até no próprio dia. A ideia é nos colocarmos os ímanes de cor respectiva a cada animal no quadro e assim cada pessoa vai assinalando para os próximos que vêm à entrada das estações de serviço. O Parque é gigante, nós não fizéssemos nem um décimo dele, mas fiquei bem impressionada. Basicamente conforme a porta de saída que tomarmos podemos nos guiar pelos caminhos onde foram vistos mais animais e manadas. O parque fecha ás 18h00 e se a nossa matrícula do carro e as respectivas pessoas não estiverem ou num lodge ou nas portas fronteiriças incorreríamos numa ilegalidade e iriam nos buscar. Não sei bem como, mas iriam…
A manhã foi super produtiva, vimos muitos animais, mas cansamo-nos imenso. É que temos que estar super atentos na savana à procura de um qualquer animal tipicamente bem camuflado, numa paisagem um pouco ou tanto repetitiva.
Mas adorei! Quero repetir! Quero voltar. Não imaginam a adrenalina que é quando vemos um animal qualquer, ou então mesmo depois de os encontrarmos vê-los no seu habitat natural em manadas e família! Tivemos girafas e elefantes a menos de 4 metros de nós a querer atravessar a estrada. Imponente, mete algum medo! No entanto temos uma sensação de falsa segurança… Embora seja proibido sair do carro ou até ter alguma parte do carro exposta na janela a não ser braço ou cabeça (qualquer coisa que não permita entrarmos rápido) quisemos várias vezes sair para ver melhor. Não podíamos e não o fizéssemos mas vontade não nos faltou para ser petisco dos leões. Foi brutal ver Africa for real… ver os animais a passar deu-me arrepios - what a thrill! A natureza é de facto extraordinária!

Errata

Então ninguém me diz para corrigir a segunda frase do meu blog:
Mi em Moçambique
O meu primeiro projecto de VOLUNTÁRIADO com o PUMAP

Voluntáriado?! Sou uma mulher do norte bem sei mas ainda assim, o que vos deu para não me chamarem à atenção de tão feia gralha?! Erros há vários bem sei, mas alguns são toleráveis, agora este logo na segunda frase do blog não há direito!

Bem já tirei o maldito acento! Melhor espero…

Impressões sobre Africa do Sul

Não sei se é pelo termo de comparação ser Moz, um exemplo rudimentar da desorganização, senão, mas achei África do Sul um país civilizadíssimo, a Europa como nós dizíamos. Senti que A. do Sul era um país cuidado, que preserva o seu ambiente, que promove o turismo, que se rege por regras não fortuitamente. Por exemplo assim que passámos a fronteira recebemos folhetos turísticos, o que mostra o seu interesse em se promoverem; mais à frente fomos parados por uma operação de stop, de mulheres policia apenas, que já não são tão descaradamente corruptíveis com “refrescos”, as estradas são novas e arranjadas, já não são esburacadas e com ar de estradas nacionais secundárias. As regras de trânsito são respeitadas, vimos imensas operações com radares de velocidade, há shoppings (open space à inglesa), há espaços verdes, há escolas, há universidades e hospitais- grandes até e em terras relativamente pequenas. Fiquei positivamente impressionada! Claro que já não tem aquela magia! Vê-se muitos brancos, as cidades transpiram Inglaterra por todo o lado. Mas enganem-se quem acha que os brancos vivem todos bem, para minha surpresa, num cruzamento vimos um senhor idoso branco a mendigar por comida, no mínimo invulgar e surpreendente…

Bem Sábado, apesar de atrasos consecutivos na saída de Maputo, na fronteira de Ressano Garcia e na operação stop com a fat-mama policia lá conseguimos fazer o nosso percurso paisagístico. Andamos pela Panorama Route (já turisticamente pensada e bem assinalada) a ver cascatas, e vales com o intuito de chegar finalmente ao River Blide Canyon. Dizem que é o terceiro maior, mas não fiquei totalmente convencida. Apesar de ser giro, muito giro esperava outra grandiosidade. No computo geral foi óptimo irmos conhecer o apreço que eles têm pelo turismo bem como um pouco mais do que será este país enorme que é a Europa de Africa.

Depois de uma hora ou mais em plena noite, e estrada sem qualquer luz, lá chegámos ao nosso hostel (pousada backpackers) mesmo à porta do Kruger. Dormi numa camarata com outros pumap e uma família… que saudades do Interrail que fiz o ano passsado, boas recordações! Bem deitei-me cedinho, a partida no dia seguinte foi madrugadora!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Fim de Semana - África do Sul

Amanhã lá vamos nós partir cedo. Vai ser finalmente o fim-de-semana do Kruger Park. O parque de safari mais conhecido da Africa do Sul, que faz fronteira com Moz. No Sábado vamos ver o Blide Canyon, dizem ter paisagens brutais e domingo vamos procurar os top 5 bufalo, leopardo, leão, elefante e outro (?)
Vamos andar o dia todo de chapa será cansativo, devemos fazer 800 km… Fui eu que negociei o preço do chapa, é brutal. Adoro negociar com os motoristas?! Aliás agora adoro negociar tudo!

Saudades

Estou com saudades da família. Isto é sempre um pagode em casa mas confesso que sinto a vossa falta. Aliás eu preciso é de férias! De descanso! De não fazer nada… Infelizmente quando chegar vou ter pouco tempo até ao inicio das aulas mas também ninguém me mandou!

Os meus alunos fizeram-nos uma avaliação intermédia quanto ao módulo e à nossa prestação. Quase tudo muito positivo, fiquei contente e motivada! Estou a adorar dar aulas!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Como se fala por cá...

A construção frásica deles é muito engraçada passo a citar as frases mais frequentes:

- “Há-de vir…”, “Há-de ser…”, “Há-de dar…” vem muito de encontro á velocidade muito própria que o tempo tem por cá. Presa não há nem pode haver para nada, as velocidades que aqui se conhecem são o lento e muito lento. Acreditem ou não isso depois reflecte-se em mais qualidade de vida nesse aspecto…

- “Não tem problema…” é frequente eu perguntar seja o que for que mereça resposta concreta e no entanto ouvir isto. Não sei se é na tal lógica de agradar ou se é porque não entendem o que digo mas nunca nada tem problema

- “Tou a pedir….” Antes de qualquer pedido eles dizem isto. É um pouco como o ? do espanhoís antes das perguntas para anunciar o pedido é de rir… “Estou a pedir informação de como ir para ali… Estou a pedir que me traga o troco…. Estou a pedir a conta, etc…”

- E como usam o estou a pedir também anunciam estou a perguntar, estou a dizer, estou a informar, estou a fazer e só entaão a escriçao do que fazem!

- Issh oyê é tipo uma exclamação que eles fazem de espanto

- E depois têm imensas expressões de Changane (o que se fala no sul de Moz, especialmente na província de Maputo) que misturam no português.

- Há muitas mais frases carismáticas mas para já é o que me recordo!

Regra de ouro é falar devagar para que nos entendam e convêm sempre repetir duas vezes (ou mais) a mesma questão mas de maneira diferente porque podemos obter várias respostas. Nem sempre é fácil depois avaliar qual é a resposta mesmo mas é normal… se formos a ver o Português é a língua materna para muito poucos! Embora seja o que aprendem na escola, em casa falam dialectos!

O que é que se come aqui?

Jantámos todos os dias em casa como uma grande família! Por acaso temos pratos e talheres para todos mas para beber usamos de tudo copos de plástico, canecas e chávenas, é muito engraçado!
Decidir o menu e fazer as compras é sempre um frete felizmente não sou eu que trato de nada disso encarregamos a Ana e o Pedro que fazem um óptimo trabalho! Obrigada! Então cada dia vão às compras com as empregadas e depois elas ficam a cozinhar… De vez em quando lá é o Pedro, a Marina e a Mariana Dias que se aventuram na cozinha mas não foi muitas vezes… É um luxo isto de jantarmos todos, bem e barato em casa sem nos chatearmos! Organizamos um “bolo alimentar” e com esse dinheiro cobrimos despesas de jantar e pequeno-almoço!

Uma vez por semana a D. Luísa e a D. Rebeca (nossas empregadas) cozinham comida típica moçambicana… Infelizmente têm repetido bastante mas o que já comemos é folha de abóbora (vegetariano), caril de frango, frango com caril de amendoim, shima (parece puré, é feito com farinha de mandioca), mandioca frita, legumes a que chamei folha de abóbora com camarão… Todos estes pratos ou quase todos levam coco. Por falar nisso adoro coco! Ás vezes trago e peço a Rebeca para me arranjar é mesmo light…
Além desses pratos há matapa (ainda não provei… como não chove não há nas machambas), comesse muitas chamusas que venda na rua e uns fritos de feijão (parecem pasteis de bacalhau de aspecto) com pão que também vendem na rua.
As minhas perdições mesmo são os cajus e as bananas! Cajus (de castanha) como até mais não (hei-de levar para PT - aceitam-se encomendas!) e bananas são mínimas (tipo 15 cm max) e óptimas, também como imensas!
Fora isso nos restaurantes comem-se, claro está, muitos pratos típicos portugueses. Só não se come bacalhau (é caríssimo e mau). Tenho imensas saudades de um arroz de pato! (Só podem ser as saudades a apertar para já falar de petiscos que sinto falta, de rir). Estou muito menos esquisita, tenho vontade de provar tudo, quanto mais estranho o nome mais certo é que o vou pedir (ainda por cima cá não tenho que me preocupar com o facto de puder ser picante, raramente o será sem estar assinalado). Ah e não me podia esquecer do marisco! Bom e barato, como camarão, caranguejo e lagosta…

Consegue-se comer em sítios baratos, alias nós, até meio do programa, almoçámos sempre por 60/70 meticais o prato no mercado do museu (mercado tipo quarteirão de barracos) perto de casa numa vietnamita. Massa camarão, massa vaca, massa galinha, massa lula até que enjoamos! Ainda lá vamos ás vezes mas não com tanta frequência! Consegue-se comer em sítios baratos mas tem que se perder manias de higiene. A vietnamita que não é de todo os piores sítios lava os copos numa bacia e os pratos noutra e já está, pronto a servir. Bem não nos fará de certeza esta “higiene toda” (ironia), mas também se não ficamos doentes é porque não nos faz assim tanto mal. Ainda temos cuidado quanto a saladas em alguns sítios mas já são raros os sítios que frequentamos em que nos preocupemos. Temos que viver, ser fortes e ganhar resistências…!

Enfim já chega sobre comida não? Estou a ficar com fome felizmente vou jantar. Hoje é arroz branco, a tal shima, frande de amendoim e folha de abóbora! Um exagero de comida!

Ultima coisa: recebemos um patrocínio de um distribuidor de comida que nos encheu a despensa com leite, batatas, bolachas, cereais, arroz, massa, e alguns enlatados! Imensa coisa… vamos deixar no orfanato no final certamente irá sobrar- ainda bem!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Confusões da casa alugada

Bem, nós estamos a habitar uma moradia no centro de Maputo. Estamos efectivamente bem instalados e a pagar uma renda baixa mas já tivemos e temos tantas complicações com a senhoria que cansa.
Primeiro ponto: A senhora que nos alugou a casa não é a verdadeira dona da casa! Esta a subalugar sem autorização. Entretanto as verdadeiras donas da casa já a descobriram e irão despejá-la assim que sairmos!
Segundo ponto: Primeiros banhos tomados arrebenta o termóstato, lá se arranjou mas ainda assim passado um ou dois dias na dita casa para 14!!
Terceiro ponto e o mais grave de eles todos, os empregados que se diziam incluídos na renda não estão a receber nada. Todos os dias recebemos recados para a proprietária porque ninguém paga aos funcionários. A situação é complicada e já gerou confusão cá em casa. Uns discordo em pagarmos nos segunda vez, outros querem ajudar de facto e mantê-las, enfim complicado
Na realidade esse é o drama da casa neste momento. Reuniões e conversas giram todas em torno disso... Cansa lidar com gente assim falcatrua.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Telecomunicações

Não sei se já vos contei sobre isto senão, mas lembrei-me que é curioso como a logística de telemóvel se processa!
Há duas grandes redes, a MCell e a VodaCom, cujo a primeira é bem mais forte. MCell “Estamos Juntos” e Vodacom “Tudo Bom” são os respectivos slogans.
Comprei um cartão assim que cá cheguei por 2 euros mais ou menos e vou carregando com dois euros de vez em quando. Todos nós trouxemos um telemóvel desbloqueado e comunicamos por lá. (Eu perdi/roubaram-me o meu na primeira semana mas entretanto chegou-me outro…).
Para recarregar os nossos cartões saímos á rua e gritamos MCell, logo vêm dois ou três vendedores com uns coletes florescentes da Mcell chatearem-nos para lhes comprarmos a eles. Compramos “giros” de 20, 50, 100 ou 600 meticais. São umas pequenas raspadinhas (para raspar com moedas) com um código de 7 ou 8 números que digitamos no nosso telemóvel *133*…#. E já está telemóvel carregado! Temos umas 20 ou 50 mensagens para Mcell gratuitas a cada carregamento e outras tantas para MMS. Para Portugal cada sms custa 7 cêntimos (euro) mais ou menos…e como não pago roaming cá, fica mais barato no total ligarem de PT para o número moçambicano.
É um sistema muito engraçado isto dos “giros” (equivalente a vita-recargas etc) na rua, não falha! Para não falhar nunca tenho as vezes uns na carteira!

Capulanas

Hoje fui ao alfaiate e já trago mais coisas comigo. Neste momento feito de capulanas já tenho uma saia, dois vestidos, umas calças, uma carteira! E a fazer outras tantas coisas! De rir… Para quem não sabe capulanas são pedaços de tecido tipo 1,50m por 2,50m muito colorido e com estampados lindíssimos. É o que aqui usam para por os miúdos pendurados atrás das costas, ou como saia, etc… Gosto imenso!

Casa

Bem já lá vão quase mês e meio… Não é muito tempo é certo, mas a tensão começa a acumular. Até agora é de louvar como se tem mantido ordem, serenidade, boa disposição, etc! Mas na realidade já há algumas picardias. Nada de maior! Aliás é de notar que somos um grupo bastante coeso e damo-nos na perfeição mas volta e meia há respostas mais bruscas. Eu tenho me mantido na paz, não me chateei (ainda) com ninguém mas uma coisa noto sossego que é bom e eu gosto é impossível. Ainda agora estava para aqui a querer escrever sossegada os meus posts e tive que mudar de sitio mais de três vezes com o intuito de estar sozinha. Sozinha para ter silêncio e nada mais mas é quase impossível. Não é má vontade dos outros, na realidade não há nem devem haver lugares isolados mas silêncio pelo menos seria óptimo. Não me importava que tivessem vinte macacos à minha volta desde que estes não estivessem na tagarelice de sempre que não me interessa. Bem sabem que sou uma tagarela e talvez seja injusto este meu comentário mas sinto falta de momentos mais sozinha.

(Aos demais da minha casa que estão a ler os meus posts fiquem certos que não pretendo apontar o dedo a ninguém mas também entendam que as minhas pretensões aqui são meramente queixosas e de desabafo! Não há nada a fazer bem sei somos 15 numa casa!)

Fim-de-Semana na Ponta d’Ouro

Saímos super cedo de Maputo, às 5 da manhã já estávamos no ferry-boat para passar para Catembe, margem oposta à cidade de Maputo. Quando chegámos ao outro lado tínhamos um chapa 4x4 à nossa espera. Não nos deixemos iludir por ser um chapa 4x4 na realidade é um chapa como os outros mas com tracção e uns pneus ligeiramente maiores. E bem foi preciso tivemos um caminho pela frente lindo de morrer mas agreste. Aliás caminho é mesmo a melhor descrição porque não havia estrada havia apenas uns trilhos no meio do mato ou da areia pelo qual nos seguimos a toda a velocidade. Com a neblina ainda a levantar vimos paisagens arenosas e montanhosas lindíssimas. Terra vermelha, areia branca, montes e planaltos - lindo…
A Ponta d’Ouro é a zona de costa e praia mais a sul de Moçambique apenas 8km de África do Sul. Não tem estradas, mas tem caminhos de areia e que só as vezes conseguimos passar. É povoado maioritariamente por sul-africanos, querem pagamentos em rands(e não meticais) e falam mais inglês que português, é mesmo estranho!
Ficamos a acampanhar num lodge de um jovem meio americano meio alemão muito simpático. A WC era ao ar livre e alguns chuveiros também! (ver fotos!) Muito reggae peace and love, de rir!
O Sábado passou-se todo na praia a dormir. Claro que à noite estávamos todos queimados, de rir! Fomos jantar e depois sair com os bifes de cá (que como era fim de semana prolongado em Africa do Sul invadiram isto) e com os locais na discoteca Pinto’s. Foi de rir… um contraste engraçadíssimo. Estava ainda assim super cansada e portanto fui cedo para a tenda. De notar mesmo nesta noite, foi o episódio que passo a contar: O dono do lodge levou-nos até ao restaurante no seu jipe para jantar. Eu e a Ana íamos penduradas na barra lateral de entrada do jipe agarradas em nada basicamente (vejam as fotografias). Bem e sem saber bem como aguentei-me durante um tempo ali no meio das dunas até que caí. Não deu sequer para o susto porque ele ia devagar mas foi hilariante. Estava eu a comentar com outros que “não tenho onde me agarrar”, “eu vou cair” e pumba de rabo no meio do chão! Lá fui jantar cheia de areia.
No Domingo mais um pouco de praia e depois agarrem-se os invejosos fui nadar com os golfinhos! Saímos de barco de borracha após um pequeno briefing para o largo da costa onde os golfinhos andavam. Não deu para tirar nenhuma foto o barco abanava imenso não podia ter a máquina comigo. Com barbatanas, óculos e tubo para respirar íamo-nos prepara ando em grupos e o chefe do grupo lá nos deixava no meio de 20 golfinhos para nadar com eles. O meu primeiro mergulho foi péssimo, stressei com a respiração e não vi nada, mas o segundo foi óptimo. Estava mais descontraída e vi aí uns 7 golfinhos a uns metros de mim. Claro que fui sem óculos o que não ajuda mas foi engraçado. Fui quem menos gostou do grupo mas muito devido ao facto de ver mal ao longe e não saber nadar com barbatanas e afins. Na realidade só se aprende a nadar com os golfinhos passado um tempo, á primeira é tudo muito rápido mas se me perguntarem se voltaria a repetir nos próximos tempos acho que não. Talvez daqui a uns anos conforme a situação!
Bom, depois de algum enjoo marítimo (que quase todos sentimos porque o mar estava agitadíssimo) partimos de novo para Maputo. O motorista veio a acelerar que nem um doido no chapa cheio de gente (demos boleia a mais um casal de holandeses!) à noite naqueles pseudo caminhos. Bem as vezes foi assustador – travava porque havia buracos ou pessoas a aparecer do nada, sinistro!
Foi um óptimo fim-de-semana quanto mais não seja por termos feito praia. As praias são bonitas mas já é muito comercial para os sul-africanos o que irrita um pouco. Mas pelo caminho, o campismo, os golfinhos valeu muito a pena.

Chegada de mais um coordenador

Esta edição supera todas quanto mais não seja pela quantidade de coordenadores que vieram visitar o grupo. Será que andam a duvidar do nosso trabalho ou somos tão apetecidos que todos querem vir passar um bom bocado connosco?! Bem o Sérgio Gaspar esteve cá um mês, a Mariana Dias chegou após duas semanas ou três de cá estarmos e cá ficará até ao fim. Como senão bastasse apareceu de surpresa o Guilherme Oliveira, quem nos coordenou todo o ano e que não pode vir por razões pessoais e profissionais. Foi muito engraçada a sua chegada… acordou toda a gente na sexta-feira de manhã, ainda por cima estava tudo de ressaca depois da noite de anos do Vítor.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Net em casa

Finalmente.
Espero ser a partir de agora realmente mais constante.
Tive que ir a um informático cá, bem simpático por sinal... Mas o importante é que já tenho internet!
Falemos pelo skype!

+ fotografias disponíveis!!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Fim-de-Semana na Suazilandia

Fim-de-semana na Suazilândia

Bendita a hora a que tirei uma fotografia ao mapa da Swazi na fronteira de Moz! Deu-nos muito jeito para saber como ir para o festival. Embora a Swazi seja um país ridiculamente pequeno convêm saber como chegar aos sítios. Por fim chegamos e tratamos logo de montar as nossas tendas. Tínhamos tendas para mais de 16 pessoas, dormiram nas tendas menos de 10, já explico o porque…
No festival havia de tudo, playground para crianças, mercado de artesanato, barracas de publicidade, área de comida típica ou fast-food e era frequentado por famílias, novos, velhos, freaks, brancos (maioritariamente), locals, tudo… A lotação máxima para Sábado era de 4000 pessoas, o que implica que para um espectáculo que durou desde as 10 da manhã e as 4 da manhã do dia seguinte nunca esteve muita gente. Ainda que festival por ser pequeno era bastante acolhedor. Todos adoramos!
Gastei um dinheirão em bugigangas, começou a saga dos recuerdos! Aliás acabou por ser um fim-de-semana caro à custa disso. A ideia que o grupo tem de mim é que sou uma shopaholic e não estará longe da verdade, mas quem me conhece também sabe que sou super forreta e cada vez menos gosto de gastar dinheiro em compras e comprinhas! A realidade é que estar em África está a soltar uma Mariana muito curiosa e com imensa vontade de levar memórias de cá. Adoro tudo, acho tudo super alegre e tenho imensa vontade de comprar tudo!
Bem mas além das coisas giras que comprei o festival foi giríssimo. O ambiente era descontraidíssimo, a decoração era o máximo, a música brutal. É difícil definir o estilo da música porque o Bush Fire é um festival de Inverno de artes internacional o que inclui, jazz, música tradicional e local, reggae, hip-hop, comercial, house, … Claro que nos não conhecíamos nada porque eram tudo artista do Uganda, S. Africa, Moz, Mali, e muito menos percebíamos quando falavam as línguas deles mas ainda assim adorei.
Mas nem tudo foram mares de rosas! Eis que às 23h00 começou a chover e nunca mais parou até ao dia seguinte quando viemos embora. Por muito animados que estivéssemos foi péssimo! Choveu e trovejou e nós à espera nas tendas húmidas e alagadas eternamente para que parasse. Ora pelo menos 5 pessoas dormiram no chapa com o Zacarias, o nosso motorista! Foi uma noite péssima, dormimos mal e com algum frio!
Ao jantar comi impala (espécie de veado), mieli bread (broa de milho acho eu) e sam (uns feijões brancos). Adoro isto, já sou uma gastrónoma mais rica!
No domingo fomos à capital, e não se passava nada. Mbabane estava morto, o tempo não ajudou em nada, acabamos num shopping, deprimente. Bem conclusão: Swaziland CHECK! Embora mínimo é bem mais desenvolvido que Moçambique!

Curiosidade: A Galp Energia está por todo o lado lá! Foi patrocinadora oficial do festival e tem imensos postos de gasolina no país!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Quinta Semana

Esta semana teve de tudo um pouco... misto de felicidade, tristeza e saudade...

O Sérgio, coordenador, foi embora para Lisboa na terça-feira deixando cá a Mariana Dias (que chegou à duas semanas) para coordenar. Na segunda-feira à noite preparamos-lhe uma surpresa: grande jantar onde passaram fotografias e vídeos que fizemos para ele. Não chegaram a haver lágrimas entre o grupo mas bem podia…

A realidade é que independentemente da festa já sinto que ganhei uma rotina cá, o que é bom e mau ao mesmo tempo. Tenho finalmente tempo para dormir, actualizar registos de aulas, corrigir trabalhos, descansar embora ainda só estejamos a meio tempo já sinto alguma pena de estar a acabar.

Mas por outro lado, ontem falei com a Mati e fiquei com imensas saudades. A minha princesa fala tão bem!

As aulas estão a correr de vento em poupa, embora seja cansativo chegar 3 dias por semana às 20h00 a casa, tem compensado o esforço. São raros os dias em que tenho as aulas totalmente preparadas com antecedência de um dia mas hoje assim foi. Tive agora Economia e vou dar agora Inglês! Por já ter a aula preparada pude dormir até tarde, há quanto tempo já não fazia isso, soube-me super bem!

Ontem comemos finalmente peixinho em casa, óptimo, 2 grandes peixes de 6 a 7 kg, não imaginam o bem que me souberam! Já parece realmente uma casa de família...

Bem tenho que ir dar aula, ainda vos queria contar do orfanato mas não sei se tenho tempo.

Internet em casa presa por detalhes

Como aqui em casa dizíamos a Internet em casa estava presa por detalhes. A Visabeira é que nos patrocina, embora tenha demorado já aqui está. Mas ainda assim não é fácil… não é wireless para já então andamos 15 a volta de um cabo! De rir… Vamos resolver o nosso problema criando uma rede ad-hoc entre nós mas ainda não solucionamos bem como. Esperem notícias minhas, quando estiver a dar bem passarei aqui a vida a por posts.

Vou à Suazilândia

Este fim-de-semana, todos os voluntários e coordenadora sem excepção vão se aventurar no pequeno país da Suazilândia. Vamos a um festival o Bush-Fire. Acho que é um festival de reggae. Para mais informação sobre o festival vão a este link www.bush-fire.com. Vamos acampar, ainda não sabemos é se será no recinto. A desculpa não é o festival mas sim o renovar dos vistos… Saímos sábado ás 5h30 da manhã de chapa. O Mikael, dinamarquês amigo do Diogo, e a Ana Frazão, medica amiga do PUMAP também vêm connosco! Depois conto como correu… Acho que vai estar um frio terrível e eu não tenho roupa, socorro

terça-feira, 28 de julho de 2009

Praia da Macaneta

No Domingo fomos passar o dia à praia da Macaneta. Fui eu, o Sérgio e a Ana. Só fomos os três porque éramos os únicos dispostos a ir de machibombo (autocarro). Mas porque no dia seguinte surgiu boleia para três com uns portugueses que conhecíamos, em vez de ir de transportes fomos de jipe particular. Foi um dia super bem passado!
A praia fica a uma hora mais ou menos de Maputo, e tivemos que passar um rio/lago com um batelão/plataforma/barco duvidosos. Depois de passar de barco atravessámos um verdadeiro rally de buracos e lama, muito giro. Do nada iam aparecendo crianças a “oferecer”vender bonecada feita de folhas de plantas – muito engenhoso!
Tivemos na praia, e depois almoçámos até às 16h30 caranguejo e camarão! Que vida boa esta de férias… também tem que ser não e?!

Fotografias paradisiacas!

Dia Cultural - Sábado passado

Museu de História Natural

Hoje depois da hora de almoço, isto é depois de acordar, fomos até ao Museu de História Natural de Maputo. Este museu existe desde os anos 30, até custa acreditar. A grande atracção do museu é os imensos animais selvagens embalsamados que se encontram em Moçambique. É muito curioso, porque as técnicas de embalsamar os animais nota-se que não são muito perfeitas, de qualquer modo o museu é muito bom, especialmente tendo em conta a quantidade de anos que tem. Mas claro não se deixem enganar pelo facto de ser um museu, também aqui as regras são muito peculiares! Pela primeira vez em muitos museus a que fui ultimamente pude fotografar livremente e até tocar nos animais em fotografias tontas no “meio da selva” porque só passado imenso tempo viria um suposto guarda dizer que não podíamos. De rir a confiança ou descuido (?) com que andamos livremente no museu. Alias numa outra zona de relíquias culturais podia pegar e trazer debaixo do braço o que quisesse. Mas o principio da confiança acho que vigora e tudo acaba por funcionar mais ou menos.

Fotografias aqui.

Teatro

Eram 17h55 quando decidimos ir ver a peça de teatro que começava as 18h00. Felizmente estávamos nas redondezas, corremos e lá chegamos a tempo. Aliás ainda esperamos uns 20 minutos porque não começou nada a tempo. Acho que é a única sala de teatro de Maputo, ou pelo menos a maior… de rir! O bilhete custou 100 meticais, sensivelmente 2,50 euros. O público era variadíssimo, desde bebés chorões recém nascidos a mais velhos.
O argumento da peça era um drama amoroso e familiar, com amantes, filhos bastardos, cunhados com cunhadas, namorados que são primos, traições, tudo um pouco mas contado com muito humor e interacção com o público! A história desenrolou-se após a morte do marido (amante, pai, tio, primo, cunhado, etc) que sofreu um “ataque cardíaco, embora não fosse branco”. Achei um comentário delicioso! Os actores eram todos negros excepto um branco que embora homem desempenhava o papel de mulher. O teatro foi muito engraçado, ou melhor a experiência é que o foi, mas durou 3 horas sem intervalo numas cadeiras um pouco ou tanto desconfortáveis. Enfim...O público e as suas reacções foram hilariantes. Durante o espectáculo atendiam telemóveis, saiam e entravam, batiam palmas, gritava, comentavam, uma feira!! Mas giro giro foi o sair da sala. Com as luzes acesas apercebemo-nos realmente das condições da sala! Cadeiras todas partidas, tecto todo arruinado, luzes fundidas, a confusão geral! Ando sempre com a máquina fotográfica mas infelizmente não a tinha para tirar a esta espectacular sala de espectáculo, foi pena!…

Paparazzi

Aqui em casa esta é uma das minhas alcunhas: paparazzi. Passo a vida a tirar fotografias a todos e todas, não há momentos que me escapem! Claro está que sou um pouco praga, só para terem uma ideia numa noite no Gil Vicente (o bar de karaoke das terças feiras) consegui tirar na primeira noite que saímos todos juntos 200 fotografias!! Um perfeito exagero! Ando doida, mas a realidade é que puxam por mim. Muitas vezes vociferam que não largo a câmara, mas depois também passam a vida a fazer figuras para ver se eu lhes tiro fotografias. Ás vezes nem sei para onde me virar, está tudo a gritar “Mariana, Mi, aqui, ali, tira mais uma, etc…” é de rir. Embora todos saibamos que tiro demais a realidade é que todos adoram que eu o faça. Assim os outros não têm que tirar, eles ficam com boas memórias e com tudo organizado e é garantido a diversão ao ver as fotografias depois de descarregadas no computador!

A semana passada (4ª semana)

Bem esta última semana negligenciei o blog, não foi?! Sabem que o facto de não ter Internet em casa não ajuda! Mas ainda assim há coisas que vos gostava de contar:

Orfanato - as crianças começam a chamar-me Tia Mariana, é muito bom! Eles normalmente chamam’ titia’ ou ‘mamã’ mas já começam a saber o meu nome e reconfortante. O nosso trabalho lá não é nada fácil! Temos crianças com deficiências, outros que sabem ler e escrever e já andaram na escola, outros que não e estão só um pouco traumatizados e devemos orientar actividades para todos estes. É complicado separá-los, também somos poucos mas vamos tentando para conseguirmos fazer alguma coisa. Eles adoram escrever nos livros, mesmo sem saberem o quê, só o facto de terem caneta e caderno é uma alegria. É muito cansativo ir para lá, tanto fisicamente como psicologicamente, mas é o que é!

ET – As aulas de inglês de gramática não correram lá muito bem, eu não gosto nada daquilo portanto não é fácil, mas de resto estou a adorar. Gosto imenso da satisfação com que saiu da aula. Dá-me prazer dar as aulas de economia e as aulas de inglês de vocabulário!

Outros – Esta semana o meu irmão fez anos (e o Zé, outro voluntário amigo que está cá em Moz também). Tenho algumas saudades confesso, mas a realidade é que temos pouco tempo para estar quietos, e o tempo passa a voar. Já cá estou há algum tempo e parece que foi ontem que cheguei!

Para verem mais algumas fotografias click aqui.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Fotografias

Eis o link das fotografias já actualizadas...
FOTOS: http://picasaweb.google.pt/mariana.torgal

Fim de Semana em Inhaca

Este fim-de-semana aproveitámos novamente para sair de Maputo e ir conhecer Inhaca. Inhaca é uma ilha em frente a Maputo, a duas horas de barco.
Saímos bem cedo de manhã… Chegados à ilha, uns fiscais queriam nos cobrar 200 meticais para preservar o património. Nós demos-lhes as voltas á cabeça e explicámos o projecto e acabámos por pagar 200 pelo grupo todo – como já tinha dito tudo se negoceia.
Ficámos alojados no Centro de Investigação Marinha da Universidade Eduardo Mondlane (onde damos aulas em Maputo) numa camarata junto à praia. O dia foi mais ou menos aproveitado, porque só chegámos à praia depois de almoço e fica noite as 16h (é mesmo esquisito isso como já vos tinha dito!). Assim que a noite se pôs, e após os banhos tomados fizemos das caminhadas mais extraordinárias de sempre. Extraordinário porque vi um céu estrelado como raramente irei encontrar. Fomos pela praia do centro até à vila, quase uma hora a pé, onde não havia luz eléctrica nenhuma a não ser da cidade de Maputo lá longe no horizonte e das nossas lanternas, a que recorríamos de vez em quando. Depois de 10 min a pé víamos tudo mais que bem e tantas tantas estrelas, foi mágico! A passear à beira mar, tivemos tempo de conversar, pensar, repensar e viver. Claro que até o facto de vermos Maputo era reconfortante, porque embora numa ilha quase deserta todos gostamos de manter alguma ligação com a cidade.
Jantamos marisco pois claro, e regressamos quase à meia-noite outra vez pela praia. Domingo foi dia de praia e regressámos a Maputo na proa do barco ás 15h30…
As fotografias serão em breve actualizadas. Click aqui para aceder ao link: fotografias

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Comércio

Para matar a curiosidade de alguns…
Acabe-se com o mito de que cá não se encontra certos tipos de bens, a realidade é que nos supermercados têm tudo idêntico a nós. Bem na realidade não é fácil encontrar talhos e peixarias, confesso que nem me preocupo pois não tratei ainda desse departamento. Mas a nível de produtos de higiene há de tudo, padaria, sumos, etc… Aliás o curioso mesmo são os cafés/pastelarias. O famoso Nautilus, Crystal, etc são pastelarias assustadoramente iguais ás nossas, quanto mais não seja pelo facto de a comunidade toda portuguesa se encontrar lá com os seus computadores a comer pastéis de nata e a beber café Delta (é o que há!)
Farmácias já conheço aí umas 5, não faço ideia é de preços e se é fácil encontrar os medicamentos que procuramos ou não.
Realmente diferente é o facto de não haver comércio de lojas! Há imenso comércio mas é tudo à base de vendas de rua tipo feira ao longo dos passeios esburacados. Por exemplo sapatos encontram-se facilmente pares usados ou novos alinhados no passeio que ficando a olhar mais de 1 minuto aparece logo o respectivo vendedor. Também já vi alfaiates na rua, roupa, dvds, tudo. O mais frequente claro é ver mercearias com fruta, doces, tabaco e mcell (a rede telefónica mais usada cá do sítio, só há duas a Vodacom e a Mcell)
Depois o que há são mercados que são as dita sub cidades de que já falei noutros posts.

A realidade é que Maputo ganha vida e cor com os vendedores de rua, e as negociações. A cidade tem charme não pela arquitectura mas pela organização das grandes avenidas e as pessoas que nela habitam.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Fotografias da Primeira Semana

Ora não sei bem ainda como mas consegui criar um album online. Acho que está a funcionar. são fotografias da primeira semana. Se conseguirem ver óptimo começo a por as outras...

Vão a http://picasaweb.google.pt/mariana.torgal/PrimeiraSemana?authkey=Gv1sRgCKrmmpzbwuODRA#

Blog geral do PUMAP

Para quem quiser saber mais andamos todos juntos a escrever no blog geral do PUMAP. Tem coisas mais sérias e coisas menos sérias, dêem uma vista de olhos.

http://www.pumap.blogspot.com/

Beijo

Fim-de-Semana no Bilene

Bilene, praia, fica a cerca de 140 km a norte de Maputo. É uma pequena vila junto à lagoa Uembje. Esta lagoa é de água salgada pois algumas vezes por ano entra água do mar por uma zona mais estreita.
Saímos bem cedo de manhã todos amontoados no meio de sacos de cama e mochilas ainda o sol não tinha despertado. Todos meios ensonados vimos os arredores de Maputo acordar. A extensão de barracal na periferia de Maputo é impressionante. Vê-se muita gente e muito comércio (entenda-se comércio por feiras e vendas de fruta junto à estrada).

Mais uma vez de carro “privado”, mais uma operação stop para o policia pedir uns refrescos. Neste caso foram só 20 meticais, na primeira semana vi 200 a serem “usados” pelo André, certamente por ser branco.

Chegámos ao nosso destino perto das 10 ou assim, não sei precisar pois era tal a excitação! Depois de negociar as dormidas fomos logo para a praia. Podíamos ter acampado mas feitos tontos esquecemo-nos das tendas então dormimos em bangalows… A água na lagoa é super transparente, a temperatura é óptima, mas o sol esteve fraquinho e com algum vento ficou desagradável. É mesmo estranho ficar noite as 5 da tarde, então num dia de praia em que a hora perigosa não é a que conhecemos, o sol não se põe na água e anoitece cedíssimo. É que o sol traz sombra quando se deita por causa das árvores junto à água, ou seja com o movimento exactamente oposto ao movimento em PT não resta muito areal ao sol.

À noite, já com banho tomado, encontrámo-nos com uns portugueses que conhecemos em Maputo que vivem e trabalham cá.

Na realidade nós já conhecemos uma grande “crew” de portugueses que ou estão cá com o INOV para estágios de 6 a 8 meses, ou gostaram tanto e ficaram. Encontramo-nos sempre nos mesmos sítios e começamos a marcar coisas juntos propositadamente. Tem o lado bom e mau.

Bom, …cada um pediu um prato e eu e mais quatro amigos partilhámos tuto, foi marisco até saciar. Quanto mais houvesse mais se comia na realidade mas gostei bastante. Por 7,50 EUROS (com bebida) provei peixe grelhado, comi lula grelhada, caranguejo frito e camarão. Que maravilha, estou rendida!

Para curtir fomos para a noite local… Todos em cima de um jipe-pickup só parámos já depois de passar o mato, numa rua de bares dos locais. Que giro, fomos ao país real! Fomos a verdadeira atracção da noite! Não ficámos muito tempo mas deu para tentar abanar o rabo como as negras de cá. Não é tarefa fácil, mas foi uma experiência giríssima. Sinto que aprendo todos os dias mais qualquer coisa!

No Domingo atravessámos de barco a lagoa para irmos para as praias no Índico. Lindo, azul, tempestuoso q.b…Levámos coisas típicas para petiscar e divertimo-nos imenso. Vimos baleias junta à costa, vimos tartarugas (lá longe, mas acredito que sim era aquilo a que me apontavam!), caranguejos, peixes… muito giro! Estava vento e fomos embora cedo, lá para as 15h30 porque fica desagradável mas valeu bem a pena. Que óptimo que é passear à beira mar, num mar novo!

Aulas de Inglês

Ora muito bem….
Já dei a primeira aula de Inglês. Não foi bem aula!... Eu distribui uns questionários que os obrigava a escrever para entender o nível e saber o que os motivava para se inscreverem naquele módulo.
Na realidade há quem saiba o que diz mas a grande maioria não. Foi hilariante ler alguns, com imensos erros e a fazer pouco ou nenhum sentido.
Vai ser uma tarefa duríssima! Não me tinham avisado ser tão difícil ensinar Inglês. Vamos indo vamos vendo. Vou fazer o meu melhor. Dou o programa e cada um vai às aulas que lhe interessa.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Primeiro dia de aulas

Economia.
Tinha 6 inscritos apareceram 4…. Comecei por subir a fasquia porque já todos tinham algumas noções de economia. Mas na realidade quando fiz uma ou duas perguntas básicas apercebi-me que me enganei. Vamos voltar ao plano A e ver no que dá. Acho que entretanto já tenho 10 inscritos… vejamos como vai ser.

Inglês.
Estava imensa gente na aula. Distribui questionários com o intuito de saber melhor o que esperam do curso e entender o nível de dificuldade a aplicar. Tenho agora ai uns 40 para ler.

Em suma gosto imenso de dar aulas, ou melhor de falar e de comunicar, será que o faço bem?! - o medo constante...

Ps. São agora 8pm e estamos alguns com Internet no pátio de um complexo da faculdade, todos dependentes da Internet até mais não

Primeiro Fim-De-Semana Fora

Este fim-de-semana vamos de “chapa” = minibus até Bilene. De inicio só íamos ai uns 7 mas agora porque não será muito caro devemos ir todos. Saímos amanhã as 5.30 am. A viagem será longuíssima, cá é tudo longe de tudo…

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Nosso Trabalho

Bem uma semana e meia de preparativos e já está tudo a rolar...

Eis que vos vou dizer em que pé estamos quanto ao trabalho que vim para cá fazer,

Hoje foi o meu primeiro dia no orfanato. Estamos a colaborar com o orfanato 1º de Maio, que é uma instituição estatal que alberga crianças órfãs (como já dava para antecipar) e também outras mais velhinhas que serão realojadas se possível. Ainda estamos um pouco perdidos porque não estabelecemos ainda quais as actividades a desenvolver. Na realidade nós vínhamos para trabalhar com a Cruz Vermelha mas por falta de financiamento da CV não terão refeições para servir no centro de dia onde íamos trabalhar, e assim sendo as crianças não vão - ora não podíamos esperar lá ninguém. Fomos reencaminhados então para este orfanato. É muito agressivo, as crianças correm e agarram-se a nós com uma carência e comunicam muito pouco. Não têm nada para fazer, estão ali retidas numa casa (com óptimas condições aliás, ao menos isso!!) e não fazem ideia quais as suas idades. Enfim, hoje a situação mais complicada foi com uma criança que deu entrada ontem que tem malária e epilepsia. Teve um ataque e ninguém soube fazer nada, foi um momento chocante.

Quanto ao ET (Executive Training) não estão a aderir ao Seminário Economia, e tenho imensa gente em Inglês. Enfim tenho imensa pena porque eu propus-me mesmo era a dar Economia e Inglês seria só para fazer a vontade. Tenho amanhã as primeiras aulas, vamos ver como corre. Eu não tenho muita coisa preparada mas é apenas apresentação.

Maputo Sub-Cidade

Ontem fomos almoçar ao mercado do museu. Ainda não tirei fotografias, porque cá deve-se evitar tirar fotografias aos locais sem lhes pedir autorização, mas ainda o hei-de fazer. Só então, quando conseguir publicar aqui algumas fotos vos vou conseguir realmente descrever o que são os barrancos, tipo sub-cidade dentro da cidade.

A realidade é que nós ainda não conhecemos os bairros profundos de Maputo, isto é o lado real pobre e cruel. Mas hoje mesmo perto de casa, fui finalmente comer num “diz que é uma espécie de restaurante” numa sub-cidade dentro da cidade. Passo a explicar:

Ruas estreitas, sujas, escuras, e de barracos onde encontramos desde uma esquadra de policia, cabeleireiro, costureiro, mercearia a restaurantes meio a céu aberto, mas no entanto escuro. Ocupa um ou dois quarteirões e perdemo-nos totalmente lá dentro. Muito peculiar, curioso, único!

Almocei super bem, uma massa com marisco (sim já estou rendida, pelo menos aos camarões!)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Notas soltas de posts publicados com atraso

Como tenho andado a escrever os posts no computador mas não tenho publicado logo, estão meios desactualizados. No entanto aqui vão uns apanhados dos últimos. Não perceberão muito bem a ordem cronológica, mas são mais descritivos e não podiam faltar uma vez já escritos.

“Primeira manhã foi dormir até mais não depois demos uma volta nas avenidas principais, junto ao Polana (o hotel mais famoso 5 estrelas de Moz - que está em obras este Verão) Shopping.” 1º dia

“A cidade está toda esburacada é muito curioso. Explicou-me hoje o Sérgio por exemplo que as tampas de esgotos foram todas retiradas porque diziam Lourenço Marques e não foram repostas até agora. Está tudo bastante degradado, e há muito lixo pelo chão. Mas há uma magia claramente nisto tudo. As avenidas são grandes e arejadas, as pessoas juntam-se nas ruas, e o os vendedores de ruas alegram os espaços com todo o tipo de artesanatos, estatuetas, colares, brincos, capulanas, etc… Vou levar a mala cheia de coisas vai ser top.” 2º dia. Entretanto já comprei duas capulanas!!

“Já comprei cartão moçambicano no meio da rua com 5 vendedores à volta, é tudo negociável claro! Foi de rir. Entretanto também já o perdi, e pedi que o novo batalhão me trouxesse um desbloqueado e já comprei outro cartão, aliás bem mais barato. O primeiro paguei 90 meticais, agora este custou 50 meticais. Lá está tudo se negoceia!!” 1º dia revisto e actualizado hoje

“Ao Domingo a cidade pára, não há muito para ver.” domingo

“O mais engraçado é como se fazem todo o tipo de vendas no meio da rua. Em cima dos caixotes estão meia dúzia de coisas e se ficares a olhar uns segundos aparece logo o responsável para negociares.” 2º dia

“Na última semana já nos juntámos com uns portugueses de cá, e o relato das suas experiências cá é muito curioso porque já absorveram mesmo a “qualidade de vida” (ou o que eles acham ser…) e que inclui ter empregados, negociar tudo, ser considerados os maiores, vida social, etc… Muitas vezes já me pus a pensar que há um paradoxo. Cá reclamam muito que os líderes e o governo não gostam dos portugueses e que os querem fora mas embora isso seja verdade isso valida a sua arrogância em quase tudo, ora o que é causa ou é consequência, não sei distinguir muito bem. Mas uma coisa é certo eles adoram isto, mas a sua revolta é também muito grande, embora silenciada, senão as portas ficam abertas para o exterior” 2º dia actualizado hoje

“A última semana fomos sair todos os dias excepto domingo e segunda. O André levou-nos a jantar, e a conhecer imensos sítios diferentes. O Gil Vicente, o primeiro bar a que fomos foi muito engraçado porque enquanto a cidade parecia fantasma lá dentro havia karaoke, música ao vivo, uma animação que só visto. De rir… Quanto a bebidas, há sempre algum receio porque quase todas são com gelo e nada aconselháveis. MAS note-se que tem vindo a diminuir. Não posso viver com essa preocupação constante, já comi saladas e já bebi bebidas com gelo, depende dos sítios e da higiene aparente…” 4º dia actualizado hoje

Casa

Chegados finalmente os restantes voluntários no último Sábado à noite começou a paródia/festa. Somos agora 14 pessoas numa moradia com 4 quartos, 1 sala, uma cozinha e uma salinha de pequenos-almoços e uma grande varanda à volta de toda a casa. Além disso temos ainda uma zona com mesa de snooker com bar. A casa foi a primeira que eu, o Sérgio e a Marina vimos. Na altura ficamos convencidos mas não totalmente. Continuámos à procura mas vimos cada casa tonta que uns “agentes imobiliários” à pressão nos desencantavam, de rir acabei por conhecer Maputo em viagens via imobiliárias. Ainda melhor é que a renda é baixa e inclui (mesmo que não quiséssemos) temos uma cozinheira e duas auxiliares e guarda 24h.

Toda a gente gostou, recebemo-los com uma festa e deitamo-nos tardíssimo. De rir a confusão que em poucas horas a nossa casa ficou. Até agora é ponto assente que algumas meninas se deitam cedo, e eu, a Marina e os rapazes ficamos a fazer barulho até tardíssimo.

Por falar em tardíssimo, eu ando a dormir pouquíssimo! Não sei bem o que se passa mas a realidade é que me deito tarde, depois acordo cedo e fico impecável todo o dia… Claro que por vezes tenho momentos mais mortos mas regra geral sou uma tagarela, sempre bem disposta, meia tonta de felicidade e ainda durmo pouco…

Negócios

Finalmente apanho internet (a última semana foi caótica)- Este post foi escrito há um tempo, talvez quarta feira, desculpem só publicar agora.

Ora como já todos sabem, aqui tudo é negociável! Desde a nossa busca a casas, cartões de telemóvel, suborno de polícias tem sido constante.

Eu vim com mais duas pessoas uma semana antes do grupo com o intuito de encontrar casa, assinar protocolos, enfim preparar a chegada dos outros. Temos visto de tudo, mas não é fácil uma casa grande, barata, para 14 pessoas e para só dois meses. Provavelmente vamos ficar na primeira que vimos, mas temos ido a todas. Desde apartamentos altos com grandes vistas, a apartamentos foleiríssimos que uns porteiros nos arranjam temos visto de tudo. É cada história hilariante sobre os proprietários, as negociações, etc.

Até já tivemos um porteiro de outros anos, que o Sérgio conhecia, a fazer-se de agente imobiliário, que figura. Vamos ver se vos consigo explicar quem são os porteiros: senhores iletrados que mal nos sabem falar, sentados em cadeiras apáticos, que não guardam nada mas a quem chamam guardas.
Enfim toda a comunidade já se mobilizou para nos arranjar casa. A certa altura já tivemos que recusar agentes.

Bem mas são esquemas escandalosos para extorquir dinheiro, o André que mora cá há imenso tempo lá deixou uns 2000 meticais para nos deixarem ir sem multa à falta de um selo qualquer. “Tudo (ainda) se resolve entre nós”

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Chegada a Maputo

O voo foi uma chatice. Por ser de dia foi um pouco massacrante. Depois de almoço fecharam-nos as janelas e puseram-nos a ver 3 filmes seguidos, já estava a ficar maluca!

Chegámos a Maputo às 22h30 mais ou menos. O aeroporto mínimo tinha dois aviões privados e o nosso. Ficámos um tempo à espera na fila dos passaportes, e para ter a certeza que já não estava em área internacional eis que me deparo com uma grande fotografia do Presidente de Moçambique Guebuza. Acho mesmo curioso, estes exibicionismos pessoais meios autocráticos, enfim... Uma vez cá são constantes os relatos sobre a ditadura que se vive.
Lá passámos com os nossos vistos e na zona de recepção das malas já estavam lá as famílias e amigos todos à espera das pessoas. Passámos a uma divisão pequena com apenas uma passadeira para as malas e mal as víamos – era tanta gente encostada à passadeira a tirar malões e embrulhos enormes, e do outro lado os “bagageiros” a ver quem quer ajuda e outros a gritar pelo nome de pessoas a entregar passaportes e vistos meio à toa… de rir.

Fomos recebidos por um Português o André Nogueira – que está em Moçambique há seis anos, tem uma consultora e é investidor cá, também estudou na Universidade Nova e depois esteve em LSE (London School of Economics), tem 39 anos e é casado com uma Moçambicana – e o seu filho, de dois anos e meio, chamado Tiago que estava sentado no banco da frente sem cinto e depois foi no nosso colo… Ele tem um apartamento (T3) todo jeitosinho na cidade e disponibilizou-nos um quarto com 2 colchões de casal e pôs-nos o mais à vontade possível. Impecável!
O André ainda nos deu de jantar e eis que se aprendem as primeiras lições. O André tirou do frigorífico para ele uma costeleta e arroz que tinha algumas mini formigas e aranhas, aqueceu, e comeu normalmente (estranho…). Nós comemos uns ovos estrelados e bacon feitos por nós, mais normalzinho, sem bichos (já tínhamos “jantado” no avião)!
Tivemos até tardíssimo a falar! Ele é interessantíssimo! Falou-se de política, economia global e Moçambique, de tudo um pouco…

Bem mas não posso deixar de dizer o que achei de Maputo no percurso a casa, 20 minutos! Estava tudo muito escuro e pouco iluminado mas vislumbrava-se mal uma grande extensão de barracos e barracas. Vi mal mas devia ser um pouco assustador. Ao chegar à cidade pela rua das embaixadas é o oposto – mansões umas a seguir às outras.

Acesso a Internet

Ola a todos

Esta primeira semana como andamos a procura de casa ainda nao instalamos a internet, e nem temos tido tempo de aceder nos cafes. Confesso que a minha carencia e dependencia da net ja e acentuada!!! Eu ja escrevi posts sobre a vida ca mas ainda nao os pude publicar. Vou tentar faze-lo hoje a noite. Nao o faco agora porque viemos inesperadamente a um cyber cafe e nao trago na pen os meus posts\diario...
Entao dou-vos noticias muito rapidas:
-Estamos a ser muito bem recebidos por um portugues
-Ja encontramos casa para o grupo que chega no sabado
-Ja andamos a conhecer a cidade
Mas...
Maputo\Moz e um mundo novo que ainda ando a explorar!. E tudo muito diferente! Vou comprar imensa coisa para levar para ai!

Conclusao ESTOU A ADORAR! Esta semana tambem e muito particular porque e tudo novidade e somos pouquinhos mas isto promete ser uma experiencia girissima

Desculpa nao escrever mais, ja so tenho 3 minutos que sobram aqui no cyber cafe. Hoije a noite ou amanha vou tentar post o que ja escrevi sobre a aventura
Beijo

ps. escrever sem acentos nenhuns e mesmo dificil, ler tambem sera, desculpem...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Antes da partida

Hoje, Sexta-feira, 26 de Junho: Porto – Lisboa

Amanhã, Sábado 27 de Junho: Lisboa – Maputo. Aqui vou eu!
Vou sair bem cedo de manhã e devo chegar à hora de jantar a Maputo.

Ontem, ao despedir-me da minha família no Porto já me caíram as primeiras lágrimas… não posso ver ninguém a chorar, as despedidas são tortuosas… No aeroporto então é que vai ser com os meus pais… Inevitável!

Mas a verdade é que estou excitadíssima por ir! Mal posso esperar! Estou com expectativas altíssimas embora sem grandes ideias preconcebidas sobre o que vou encontrar! Virei certamente uma pessoa mudada, mais crescida acho…

Espero trazer para sempre memórias que me liguem a esta aventura!

“Boa sorte e Boa Viagem a Mim!” :)
Beijo!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Quem vem comigo para Maputo?

Ora eu não vou sozinha nesta aventura... Vou com 14 amigos que tenho vindo a conhecer desde Outubro ou Dezembro (1ª fase de selecção). Vou vos apresentar muito depressa para verem quem eu tenho que aturar, e quem me tem que aturar também:

Na vertente do Alpha- escola primária:
-Ana Luís, estuda direito, também uma mulher do norte como eu…
-Eliás Aço, estudante-trabalhador de antropologia, dupla nacionalidade: português e brasileiro.
-Joana Santos, estudante em ciências da comunicação, uma alentejana convicta e coordenadora do Alpha!
-Maria Neto, estuda economia precisamente no segundo ano como eu mas só nos conhecemos no PUMAP, incrível…

ET (Executive Training)- módulos na fac:
-Cátia Silva, está no mestrado de economia é uma jóia de pessoa, não lhe sei apontar qualquer defeito e talvez por isso seja a vice coordenadora do ET
-Diogo Belo, lic em economia, um galã por natureza.
-Marina Garcia, tem 26 anos (salvo erro) e está a fazer mestrado de geografia e um estágio profissional, vem comigo uma semana mais cedo para arranjar casa para quando os outros vierem, vai ser de rir…
-Miguel Lino Ferreira, lic em economia, polémico nos pontos de vista, cavalheiro q.b. e empreendedor, porque “faz e acontece” foi nomeado coordenador do ET
-Pedro Rodrigues, 26 anos, estuda e investiga em geografia, um cómico e com quem é certo dar uma boa gargalhada!
-Zé Rodrigues, lic em direito, ponderado e pausado no discurso de jurista mas doido (não no mau sentido!!) no forrobodó.

UniSense- sessões sobre HIV SIDA:
-Lucy Calvo, lic em enfermagem e agora é estudante trabalhadora de medicina, uma mulher de muito valor, também nortenha mas que só se juntará ao grupo em Agosto porque os exames acabam super tarde
-Victor Rodrigues, estuda antropologia, é um eterno paz de alma “peace and love” é o seu mote.

Coordenadores
-Guilherme Oliveira, mestre em economia que inesperadamente afinal não vai para Moçambique (razões profissionais e pessoais) mas que no entanto nos acompanhou e motivou sempre em Portugal até à partida.
-Mariana Dias, lic em direito, participou no PUMAP 08 e é um doce, foi uma surpresa enorme saber que ela ia, tem nos acompanhado na selecção com muito carinho…
-Sérgio Gaspar, 24 anos, meu professor (assistente) de finanças neste último semestre - muito engraçado não é? Ainda a meio do semestre insistia para não lhe chamar professor e agora dou-me optimamente com ele e até me terá que aturar já a partir de sábado na primeira semana.

Próximo sábado parto Eu o Sérgio e a Marina para começar os contactos locais com empresas, faculdades, escolas, cruz vermelha, aluguer de casa, etc. Depois o segundo batalhão irá uma semana depois dia 4 de Julho e finalmente a nossa querida médica (ou quase)…
De agora em diante já têm mais noção de quem vai comigo e posso vos falar melhor da experiência lá. No computo geral acho que apesar de sermos um grupo heterogéneo, reinará a boa disposição e festarola na casa do big brother em Maputo!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Nota sobre o Blog

Ora para vocês que me conhecem bem isto vem obviamente como uma surpresa! “Um blog Mi? Estás bem? Tens a certeza que não te passaste?” Pois é sempre detestei estes meios modernos de expor a vida, mas há motivos fortes que espero serem plausíveis suficientes para ter alguma credibilidade nesta minha contradição.

Ora bem, então porquê o Blog (ou Blogue em port)? Vou finalmente embarcar numa viagem que há muito ansiava. Sem querer distorcer expectativas tenho a sensação que será a viagem mais marcante de sempre e quero guardar um registo. Fá-lo também por vocês (quero partilhar com quem gosto aquilo que irei vivendo) mas acima de tudo por mim. Entendam isto como uma espécie de diário, registo ou lembrança… Aliás falso seria esconder que também há um outro motivo- como estou longe não vos posso telefonar assim de repente e assim usamos um meio de comunicação moderno!)

Pondo isto alerto desde já o seguinte:
-erros, hão-de aparecer muitos e bons…
-a frequência de relatos é inestimável, não sei ainda como será o dia-a-dia mas vou tentar ao máximo ir mantendo o blog actualizado
-informalidade garantida
-não disponho ainda daqueles cadernos vermelhos a que chamam livros de reclamação, se for muito necessário logo se vê

Ainda assim espero que gostem!
Beijo Mi

O que é o PUMAP?

PUMAP, Projecto de Universitários em Maputo vem a ser desenvolvido desde 2005 por alunos da Universidade Nova de Lisboa. É um projecto de voluntariado que pretende desenvolver acima de tudo projectos na área da educação com estudantes das diferentes faculdades.

O projecto engloba várias vertentes diferentes que passo a apresentar muito brevemente:

Alpha- 4 voluntários apoiarão alunos na escola primária de Maxaquene-Khovo, dando aulas de Português Matemática e Estudo do Meio.
Executive Training, mais conhecido entre nós por ET- 8 voluntários darão aulas na Universidade Eduardo Mondlane, a maior universidade pública de Moçambique (que de agora em diante será Moz). Iremos leccionar módulos de curta duração nas áreas de gestão, economia, geografia, antropologia e direito.
UniSense- 2 voluntários (um rapaz e uma rapariga, que estuda medicina) irá promover acções de esclarecimento sobre HIV e SIDA nas faculdades e escolas secundárias.
UniAid- onde todos os voluntários participarão prestando apoio a crianças e adolescentes órfãs acolhidos pela Cruz Vermelha Moçambicana.

O PUMAP é o principal projecto da associação que nos “alberga”, AHEAD (Associação Humanitária para a Educação e Desenvolvimento), mas não é o único. Embora o site não esteja muito actualizado podem consultá-lo para mais informações: www.ahead.org.pt/pumap

Acima de tudo o PUMAP de cada ano faz/fará a sua história porque os 15 voluntários que se juntam são sempre diferentes salvo o coordenador, que deverá já ter ido no ano anterior. Este ano excepcionalmente temos 2 coordenadores… bem isso é uma longa história que fica para vos contar mais tarde.