sábado, 22 de agosto de 2009

Festa no orfanato

Hoje foi um dia em pleno. Para os meninos do orfanato e para nós foi uma festa de arromba!
Com o aproximar da data de partida começam a aparecer as primeiras lágrimas no canto do olho tanto dos voluntários como das crianças. Não foi um dia fácil, aliás diria que foi dos mais difíceis que por aqui se viveu mas foi bom!

Com balões e máscaras a decorar o espaço ao ar livre, brincámos toda a manhã com os nossos meninos e com os mais novos. Demos-lhes rebuçados e chupa-chupas, chapéus de festa e máscaras, etc… O sorriso na cara deles quando tirámos fotos, quando dançámos com eles, quando os abraçámos e beijámos é gratificante. Embora eu sinta que o nosso trabalho é ingrato por deixarmos cá ficar estas crianças, sei que nos estão muito agradecidos e que tivemos algum impacto. Não sei se é justo habituá-los a nós e de repente sairmos de cena mas fazemo-lo de boa vontade, com bom intuito. Eles adoram-nos e nós adoramo-los a eles!

Hoje brincámos, dançamos e depois à vez almoçámos ao ar livre. No fim do seu almoço tiveram uma banda local a tocar-lhes com flauta transversal e viola uma marrabenta (musica típica moçambicana) e músicas infantis. Para mim foi dos momentos mais marcantes do dia. Depois disso brincámos mais um pouco e fomos finalmente ver um vídeo que lhes preparámos com fotografias…

No decorrer do dia tivemos imensas vezes que enfrentar o choro sofrido e silencioso de alguns devido à nossa partida. Não é fácil enfrentar isso mas tentámos fazer o nosso melhor para os incentivar a continuar a estudar, a olhar para o futuro com uma perspectiva optimista e a nunca se esquecerem de algumas regras com que os educámos: respeitar os outros, ser amigo do seu amigo, não mentirem e terem cuidado pelas suas coisas. Esperemos que aquilo que os trouxe ao orfanato nunca mais se volte a repetir e que a dor que eles sofreram fique para trás da infância a que têm direito. Tentei não me apegar demais mas foi inevitável cresceu em mim uma vontade doida de os ter por perto.

Embora não goste de favoritismo devo dizer que há 2 ou 3 que adoro e vou sentir falta. Por vezes são matreiros por quererem muitos mimos e colo mas a realidade é que são “um mel” (como eu agora dia!)

Sem comentários:

Enviar um comentário